sexta-feira, 16 de julho de 2010

EU NÃO ACREDITO NA MALDADE



Eu não acredito na maldade!

Para mim a maldade provém simplesmente da falta de noção das coisas. Um serial killer mata suas vítimas com frieza, torturando-as, porém já está explicado cientificamente que a frieza dos seriais killers vem de traumas passados por eles, que acabam prejudicando ou até mesmo anulando a função de algumas glândulas do cérebro responsáveis pela empatia, que é a capacidade de um indivíduo se colocar no lugar dos outros. De certa forma, ele apenas perde a noção da dor que uma pessoa passa (do seu semelhante), pois o fato de nos colocarmos no lugar do outro, imaginando o sofrimento que lhe é causado, mesmo que subconscientemente, faz com que passemos a sentir repulsa só de imaginar a dor alheia.

É isto que nos impede de prejudicar os outros.

O sentimento de raiva é apenas uma maré química e instintiva do nosso organismo de prejudicar alguém por também nos termos sentido prejudicado por esta pessoa.

Nada mais é, portanto, que um instinto primitivo de defesa, semelhante ao dos animais.

Assim, quando um cachorro morde outro, automaticamente o hipotálamo, que é uma glândula do cérebro responsável pelas chuvas químicas e sensações, joga uma substância química no sangue que faz o coração bater mais rápido, o sangue se encher de adrenalina (para diminuir a dor e dar energia e coragem para a batalha) e desliga algumas funções cerebrais responsáveis pelo raciocínio e pela autoconsciência. É por isso que se tem a sensação se estar fora de si, em um momento de raiva. Também é o que prepara o indivíduo para uma briga de vida ou morte com o cachorro que o mordeu. Ou seja, nada mais que um instinto de sobrevivência.

É exatamente o mesmo que acontece com os seres humanos. Mas, como somos seres conscientes e de um raciocínio muito mais amplo, vivendo em uma sociedade complexa, esse instinto também entra em ação por situações humanas que podem ser totalmente morais, psicologicamente falando.

A partir do primeiro momento em que nos sentimos prejudicados por alguém, seja moral, psicológica, ou até mesmo fisicamente, nós guardamos a experiência em nossa memória e sempre associaremos um sentimento de “raiva” à pessoa que nos prejudicou, mesmo que esta tenha sido uma mera impressão.

Quando alguém se entrega a este sentimento, perde a empatia, ou seja, a capacidade de se colocar no lugar do outro. Novamente é uma situação que apenas nos tira a noção de algo.

Porém, isto não é uma coisa ruim, pois durante muitos milênios este instinto nos serviu muito bem para a sobrevivência da espécie em ambientes selvagens, usando “comandos automáticos de defesa”.

Mas, agora que a humanidade está evoluindo, precisamos dar um passo à frente no sentido bio-emocional.

Como não somos animais (pelo menos a maioria de nós), não precisamos mais de um instinto de sobrevivência como este, necessário somente para um ambiente hostil, como no mundo dos animais selvagens. Tanto que a natureza, sábia do jeito que é, deu à maioria de nós um novo córtex, sendo o primeiro córtex o responsável pela capacidade de ter consciência de si próprio e tomar decisões racionais sobre a vida.

Este novo córtex, chamado pelos cientistas de neo-córtex, dá uma vantagem a mais sobre o córtex primário, a de se ter uma consciência racional acima das emoções, mesmo quando se está mergulhado nelas. Se, mesmo naquele momento de raiva fervorosa, de uma depressão profunda ou um êxtase de felicidade, você perceber que existe um “eu” dentro de si, como uma segunda consciência que todo o tempo analisa fria e sempre calmamente tudo o que está acontecendo com você, você é dotado deste novo córtex

É neste novo córtex que devemos nos concentrar. Pois, do mesmo jeito que nosso córtex primário nos traz a NOÇÃO de que existimos (autoconsciência) e de que somos iguais (libertando-nos do próprio ego) e de que diferimos dos animais, o neo-córtex nos traz a capacidade de auto-análise e autoconhecimento, que é um passo a frente da evolução.

Isto porque nada mais nos tira as NOÇÕES quando estamos mergulhados em emoções como a raiva, pois ele atua como uma segunda consciência, que analisa com calma e friamente tudo o que ocorre interiormente.

E isto nos dá a opção de refletir sobre a realidade e tomar racionalmente melhores decisões. Ao contrário, aqueles não-dotados de neo-córtex passando por alguma emoção forte, ficam literalmente cegos, no sentido racional, o que lhes tira a capacidade de empatia.

Nesses momentos de emoções fortes, ainda somos muito tentados pela química atraente, mas devemos sempre tentar ao máximo prestar atenção naquela nossa segunda consciência, que assiste a si mesma como um telespectador de suas próprias emoções, e começar a tomar as melhores decisões.

Tanto o instinto selvagem quanto o nosso instinto humano de defesa só têm o papel de nos tirar as noções, para a defesa do próprio corpo e do ego.

Dando mais um passo na evolução, começa-se a tomar as rédeas das emoções, e assim, cada vez mais, diminuem os momentos desprovidos da noção da realidade, e se amplia o leque da noção que temos do mundo a nossa volta.

Dessa forma, grandes revelações podem ser feitas sobre o mundo e sobre você mesmo.

Do ponto de vista espiritual não se pode dizer muitas coisas com evidências. Mas, filosoficamente falando, todos os conceitos religiosos e espiritualistas apontam para a percepção de que todos somos um só.

E mais: instintos separatistas do ego, que é a raiz de todos os defeitos humanos, nos servem de utilidade, até certo ponto, na escala evolutiva, para a sobrevivência da espécie, mas logo devem ser abandonados. E a melhor forma de fazer isto é pela "prática do amor universal", que é simplesmente o oposto do ego, a percepção de todos e tudo, a maior noção das coisas.

Então, racionalmente falando: " O Amor nada mais é do que a percepção ou a noção da Unidade da Vida, de que tudo está interligado e que fazemos parte desta Unidade".

Não deixem que suas emoções controlem suas decisões, caso seja algo prejudicial a alguém ou a você mesmo.

Espero que todos reflitam sobre isto!

Abraços,

Gustavo Amantéa ( Renker )


Brasília, 03/10/2008


Obs: Gustavo tinha 20 anos quando escreveu este texto.


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