terça-feira, 14 de setembro de 2010

A INDULGÊNCIA

                      MENSAGEM DE JOANNA DE ÂNGELIS



Queridos irmãos,



Que Jesus nos abençoe !




Providência indispensável que devemos todos tomar com relação ao nosso equilíbrio psíquico refere-se à indulgência, necessária virtude para com todos os irmãos que transitam conosco pela senda do aperfeiçoamento espiritual.



Bem aqui, no dia-a-dia de cada um, convivemos com criaturas baldas de discernimento que, por vezes, fazem com que movimentemos todas as reservas de paciência para que logremos continuar nos expressando em termos delicados.



Ali, o próximo em penúria se esquece das lides diárias de nós outros, irmãos de caminhada, que, por nossa vez, carregamos também nossos fardos próprios, solicitando de nós demasiada atenção e tempo que nos é precioso, também, às nossas conquistas individuais.



Além, surge o irmão que não nos compreende o modo de pensar, dilacerando nossa alma com petardos de censura e questionamentos desgastantes.



Por todos os canais da convivência humana surgem oportunidades múltiplas que nos requisitam os testemunhos de tolerância fraterna.



No entanto, quão difícil ainda é, para todos nós, evidenciarmos um carinho constante para com as criaturas, quando estas nos constrangem a sensibilidade e põem à prova nossa estabilidade de comportamento!



Sem dúvida, como afirmariam as palavras do Evangelho:  - A 'paciência ' é a virtude mais difícil de ser praticada!



A indulgência é a paciência ainda ' mais elaborada '. Alcança uma onda mais alta de consciência amorosa.



Por sua vez, requer de nós árdua renúncia a muitos pontos de vista e concepções individuais, para que não se crie discórdia.



No limiar da sedimentação das mais nobres florações do espírito, surge ela como suprema luz a apontar as posições cristãs mais amadurecidas que devemos assumir perante as turbulências naturais geradas pelo próprio convívio entre as criaturas.



Paciência, indulgência, humildade, tornam-se, desta feita, preciosidades do espírito que busca o reino da paz prometido por Jesus aos mansos e pacíficos.



Esta paz reside, contudo, dentro de cada um, primeiramente, quando não mais a criatura sente a exigência interna de reagir aos confrontos da vida, às incompreensões e às dissonâncias entre modos de pensar e de agir dos seres humanos.



Embora aparentemente ferindo o nosso próprio  'eu', perante a multiplicidade de circunstâncias que se nos apresentam, em que a verdade parece não ser compreendida pelo outro, e a afronta, a crítica, a ironia e o descrédito rugem contra o que concebemos como nossa realidade pessoal, o silêncio e a paciência são as melhores opções inteligentes para qualquer desses momentos, onde então, o verdadeiro espírito indulgente se manifesta, naturalmente, não se sentindo ferido, mas em paz, aguardando o crescimento do outro.



Distingue-se esta atitude daquela que esbraveja e digladia, ofende e exaure ambas as partes em confronto, até consumirem-se as forças do ser humano que deseja lutar pela sua posição mais privilegiada.



Pela visão espiritual dos fatos cotidianos da humanidade, atestamos que chega um instante em que a  'sabedoria' se faz necessária, antes mesmo que a necessidade de provar-se qualquer mérito, posição ou ponto de vista mais acertado, ou mesmo a versão dos fatos mais justa, que possa nos privilegiar.



Quando o ser humano se cala, e já não se empolga, de forma descontrolada e em indignação, para vencer a competição das verdades, demonstra que venceu os apelos do mundo, a vaidade e o afã de vencer sempre, e encontrou a si mesmo e a sua paz, a sua verdade, na quietude e mansidão dos justos perante si mesmos.



Após este processo da indulgência conquistada, brilha o ser que atravessou os tempos das disputas, das exigências das batalhas das palavras, iluminado e glorificado pelo valor que demonstrou, ao ter a paciência de esperar o crescimento do outro e ao deixar que outros brilhem com suas formas de pensar e de ver o mundo, embora sabendo que, mais tarde, o brilho maior será sempre o brilho da verdade absoluta.



Somente o tempo pode mostrar e avaliar os efeitos positivos de se ter indulgência para com a arrogância humana, a constante indulgência para com as falhas, os temperamentos, as personalidades e as idéias de muitos seres, que fariam com que, em outros tempos, travássemos um duelo invisível com nós mesmos, ao duelarmos com eles, para que a vitória final fosse sempre e apenas nossa !



Nos momentos em que nos sentirmos combalidos, desanimados, para persistirmos neste comportamento sábio e prudente, a expressão falada ou escrita, ou a manifestação qualquer que se torne imprescindível, para se tomar um partido ou declarar uma evidência dos fatos, pode acontecer, igualmente, dentro de um padrão de comportamento indulgente para com aquele que igualmente se pronuncia ou luta pelos seus argumentos.



As atitudes recomendadas pela psicologia moderna pede aos seres humanos que sejam autênticos e se exprimam sempre com a veracidade de seus sentimentos, o que consideramos correto e benéfico.



Entretanto, o que ocorre é que os próprios seres humanos não medem seus atos e as suas consequências, ao considerarem que devem lutar até o fim para serem ouvidos, entendidos e seguidos em suas verdades, em constante desrespeito às verdades dos outros seres irmãos.



Neste momento é que a primeira opção será sempre a menos comprometedora e a que menos deixa como consequências, nos caminhos humanos, as ervas daninhas das lembranças, às vezes até eternas, de agressões físicas ou morais, as desastrosas calúnias, julgamentos e difamações e os rompimentos de laços afetivos ou amorosos entre algumas ou muitas pessoas, que resultaram das competições humanas, por glórias maiores para seus pontos de vista, os quais os impávidos seres devotados à arrogância elegeram para seus modos de ser e de ver cada coisa no mundo, em detrimento dos de outros irmãos seus, igualmente pensantes.



A certeza de que quanto mais nos elevarmos para a realidade do espírito imortal e nos compenetrarmos da transitoriedade dos testemunhos carnais, e aliarmos ao nosso modo de viver na Terra a paciência, a humildade e a indulgência, mais fácil será entender os homens e as suas mazelas, perdoá-los e amá-los, a despeito de qualquer incompreensão ou ingratidão que recebamos como recompensa, conscientes de que a vitória final, no cômputo geral das ' contas ' humanas, sempre pertencerá àquilo que veio dos que realizaram o maior  'BEM'   e  à   'JUSTIÇA  DIVINA',  sempre mais sábia do que tudo aquilo que consideramos ser o  'MAIS CORRETO' !



                                                     Joanna de Ângelis



Mensagem psicografada em 08 /04/1986, por Rosane Amantéa.

                                           

                                            ©2010Rosane Amantéa 
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